sábado, novembro 24, 2007

Começou o Outono... no Jardim

Não caiem folhas, caiem lágrimas.
Lágrimas emocionadas dos que vão para o "recreio", lágrimas de frustação e raiva dos que ficam de "castigo"!
A Teresa bem tentou aligeirar o momento da despedida com as suas quadras e o seu fadinho malandro. E conseguiu! Claro que conseguiu! Que as nossas lágrimas se misturassem com os nossos sorrisos e abraços...
Nós somos dois manos veteranos
Nesta função que é ensinar
Porém, ó mano, temos de ir embora
Porque nos fizeram reformar.

Ainda hesitámos em ficar
Achámos que era má a decisão
Se a memória começa a patinar
Nem com plano de recup’ração

Na corrida ganhámos, no entanto,
De donas elviras o encanto
O motor que era turbo agora é lento...
Saia um plano de acompanhamento!

Acreditem, vamos sentir falta
De grelha sobre grelha preencher
Mas agora, digam-me lá, ó malta:
Em que sítio é que a cruz eu vou meter?

A Escola para nós era uma festa
Mas hoje mais parece ressaca
Vamos ler “O elogio da sesta”
Antes que nos levem daqui de maca

Aprendemos a escrever numa loisa
Mas isto agora é cá outra coisa
Já que as modas nunca foram perenes
Ele é só meter e tirar pens

Partimos com desgosto de deixar-vos
Prometemos que havemos de voltar
Mas não pretendemos enganar-vos
Não saímos daqui a chorar

Neste anseio de aprender e de ensinar
Aqui queimámos muito neurónio
E como ‘inda nos queriam “grelhar”
Está na altura de darmos ao perónio!

Queremos agradecer também
A quantos lutaram como nós
P’lo sonho que leva mais além
E nos diz que nunca estaremos sós!


O tempo de escola terminou
Tivemos aqui dias em cheio
Mas como a campainha já soou
Amigos, está na hora do recreio!

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